sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Orgulho

A natureza humana é muito complexa. Nós somos diferentes uns dos outros e nossas histórias de vida também são diferentes. Porém, é isso que enriquece os relacionamentos e proporciona o crescimento dos grupos nas áreas espiritual, emocional, física e material.

A beleza da diversidade de talentos, dons e desejos, e da maneira de ver a vida acrescenta ao mundo, e aos seres humanos, os sonhos, as alegrias, a comunhão, a compaixão, o amor, o conhecimento, etc. O importante é que nos conheçamos, observando a forma como direcionamos a nossa vida na área espiritual, como lidamos com as nossas emoções, e se o que vivemos contribui para o nosso crescimento e das pessoas que estão à nossa volta.

Já falamos sobre o egoísmo e a inveja. Agora, abordaremos um tema da mesma importância: o orgulho. Segundo C. S. Lewis, “trata-se de um vício que não poupa ninguém no mundo; que todo mundo despreza quando o percebe no outro. E quanto mais ele se manifesta em nós, mais nos desagrada no outro. Esse vício devora até mesmo a possibilidade do amor, da alegria ou do simples bom senso”.

Compreende-se muitas vezes por que uma pessoa é arrogante quando nos reportamos à sua infância. Ela pode ter sido mimada, educada com muita tolerância ou frustrada porque a sua vontade era contrariada. Assim, na idade adulta, quer controlar o mundo e as pessoas que a rodeiam. De modo geral, o orgulho denota falta de maturidade espiritual e psicológica.

Veja algumas características da pessoa orgulhosa:
Considera-se infalível em suas opiniões e não reconhece que erra ou que pode errar;
pensa que é sempre capaz de discernir e interpretar a vontade de Deus;
julga-se melhor que os outros;
não consegue autoanalisar-se e projeta nos outros o que a incomoda;
está constantemente insatisfeita e desconfiada;
é insensível e ambiciosa;
tem necessidade de reconhecimento;
é a sua própria autoridade;
não consegue ser submissa à autoridade espiritual, ao seu pastor, aos seus líderes, aos pais, ao cônjuge; nos relacionamentos afetivos e na sua vida profissional;
é irredutível nos seus pontos de vista, recusando-se a abandonar suas vontades pelo bem do grupo;
quando sua opinião não prevalece, faz o que pode para enfraquecer a autoridade dos outros;
quase sempre é irônica e ferina;
tem prazer em ser bajulada;
concentra-se sempre nas fraquezas dos outros, pois não consegue observar as suas.

De todos os tipos de orgulho, o espiritual é o pior. A Bíblia cita o exemplo de Lúcifer, que se deixou contagiar pelo orgulho, considerando-se mais poderoso do que Deus, porém o seu final foi a derrota.

Na Bíblia, também encontramos algumas orientações relacionadas ao orgulho. Leia atentamente os conselhos registrados em Salmos 31.23, 101.5, 123.4 e em Provérbios 11.2 e faça diariamente esta oração: Querido Paizinho, que eu nunca me esqueça de que dependo do teu amor, da tua piedade e da tua graça para ser teu filho nesta terra. Ajude-me, a cada dia, a reconhecer a minha dependência de ti e dos outros seres humanos. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Traídos pelo Temperamento

"Disse o SENHOR a Moisés: Toma o bordão, ajunta o povo, tu e Arão, teu irmão, e, diante dele, falai à rocha, e dará a sua água; assim lhe tirareis água da rocha e dareis a beber à congregação e aos seus animais. Então, Moisés tomou o bordão de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado. Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e Moisés lhe disse: Ouvi, agora, rebeldes: porventura, faremos sair água desta rocha para vós outros? Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei." (Nm 20.7-12)

Você já foi traído pelo seu temperamento? Lidar com as emoções não é coisa muito fácil.
Como já falei, estou terminando de ler A Liderança Espiritual, de Henry & Richard Blackaby, e sobre o tema temperamento e poder os referidos autores nos alertam:

Alguns pastores possuem um temperamento volátil. São simpáticos e cordiais enquanto a igreja se submete à sua liderança, mas quando são desafiados ficam irritados e ridicularizam qualquer um que ouse opor-se a eles. Outros utilizam o púlpito como palanque para denegrir as vozes discordantes (p. 115)

O líder que perde facilmente o controle emocional diante de uma opinião ou posicionamento discordante, ridicularizando e humilhando publicamente aquele que omitiu o pensamento contrário, pode comprometer a sua própria liderança, pois perderá gradativamente o respeito dos seus liderados.

Quando traído publicamente por seu temperamento, o líder deve se retratar também publicamente, e pedir perdão aos que foram por ele ofendidos. Assumir os erros é uma virtude do caráter do líder cristão.

Conforme o texto de Números 20.7-12, traído por seu temperamento, Moisés se dirigiu ao povo asperamente chamando-o de rebeldes. Moisés, mesmo com toda intimidade que tinha com o Senhor, pagou um alto preço perdendo o privilégio de continuar conduzindo o povo à terra prometida.

É preciso sempre lembrar que o povo não é nosso, mas de Deus. Se quisermos ter longevidade na condição de líderes, precisaremos tratar bem nossos companheiros de ministério e a Igreja do Senhor.