quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Romanismo & Protestantismo - O Papado promove a união

O romanismo é hoje olhado pelos protestantes com muito maior favor do que anos atrás. Nos países em que o catolicismo não está na ascendência, e os romanistas adotam uma política conciliatória a fim de a conseguir, há crescente indiferença com relação às doutrinas que separam as igrejas reformadas da hierarquia papal; ganha terreno a opinião de que, em última análise, não diferimos tão grandemente em pontos vitais como se supunha, e de que pequenas concessões de nossa parte nos levarão a melhor entendimento com Roma. Houve tempo em que os protestantes davam alto valor à liberdade de consciência a tão elevado preço comprada. Ensinavam os filhos a aborrecer o papado, e sustentavam que buscar harmonia com Roma seria deslealdade para com Deus. Mas quão diferentes são os sentimentos hoje expressos! 

Os defensores do papado afirmaram que a igreja foi caluniada; e o mundo protestante inclina-se a aceitar esta declaração. Muitos insistem em que é injusto julgar a igreja de hoje pelas abominações e absurdos que assinalaram seu domínio durante os séculos de ignorância e trevas. Desculpam sua horrível crueldade como sendo o resultado da barbárie dos tempos, e alegam que a influência da civilização moderna lhe mudou os sentimentos. 

Olvidaram estas pessoas a pretensão de infalibilidade sustentada há oitocentos anos por esse altivo poder? Longe de ser abandonada, firmou-se esta pretensão no século XIX de modo mais positivo que nunca dantes. Visto como Roma afirma que a igreja "nunca errou nem, segundo as Escrituras, errará jamais" (História Eclesiástica de Mosheim), como poderá ela renunciar aos princípios que lhe nortearam a conduta nas eras passadas? 

A igreja papal nunca abandonará a sua pretensão à infalibilidade. Tudo que tem feito em perseguição dos que lhe rejeitam os dogmas, considera ela estar direito; e não repetiria os mesmos atos se a oportunidade se lhe apresentasse? Removam-se as restrições ora impostas pelos governos seculares, reintegre-se Roma ao poderio anterior, e de pronto ressurgirá a tirania e perseguição. - O Grande Conflito, pág. 563 e 564



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A compaixão de Cristo

"Para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças". Mateus 8:17.

compassionNosso Senhor Jesus Cristo veio a este mundo como o infatigável servo das necessidades do homem. “Tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças” (Mateus 8:17), a fim de poder ajudar a todas as necessidades humanas. Veio para remover o fardo de doenças, misérias e pecados. Era sua missão restaurar inteiramente os homens; veio trazer-lhes saúde, paz e perfeição de caráter.

Várias eram as circunstâncias e necessidades dos que Lhe suplicavam o auxílio, e nenhum dos que a Ele se chegavam saía desatendido. DEle procedia uma corrente de poder restaurador, ficando os homens física, mental e moralmente sãos.

A obra do Salvador não estava restrita a qualquer tempo ou lugar. Sua compaixão desconhecia limites. Em tão larga escala realizara Sua obra de curar e ensinar; que não havia na Palestina edifício vasto bastante para comportar as multidões que se Lhe aglomeravam em torno. Nas verdes encostas da Galiléia, nas estradas, à beira-mar, nas sinagogas e em todo lugar a que os doentes Lhe podiam ser levados, aí se encontrava Seu hospital. Em cada cidade, cada vila por que passava, punha as mãos sobre os doentes, e os curava. Onde quer que houvesse corações prontos a receber-Lhe a mensagem, Ele os confortava com a certeza do amor de Seu Pai celestial. Todo o dia ajudava os que a Ele vinham; à tardinha atendia aos que tinham que labutar durante o dia pelo sustento da família.

Jesus carregava o terrível peso de responsabilidade da salvação dos homens. Sabia que, a menos que houvesse da parte da raça humana, decidida mudança de princípios e desígnios, tudo estaria perdido. Esse era o fardo de Sua alma, e ninguém podia avaliar o peso que sobre Ele repousava. Através da infância, juventude e varonilidade, andou sozinho.

Dia a dia enfrentava provas e tentações; dia a dia era posto em contato com o mal, e testemunhava o poder do mesmo sobre aqueles a quem buscava abençoar e salvar. Não obstante, não vacilava nem ficava desanimado.

Era sempre paciente e bem-humorado, e os aflitos O saudavam como a um mensageiro de vida e paz. Via as necessidades de homens e mulheres, crianças e jovens, e a todos dirigia o convite: “Vinde a Mim.” Mateus 11:28.

Ao passar por vilas e cidades, era como uma corrente vivificadora, difundindo vida e alegria.

Ellen G. White, Refletindo a Cristo, pág. 11.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O grande Eu sou

"Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade Eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu sou". João 8:58.

jesusEU SOU quer dizer uma presença eterna; o passado, o presente e o futuro são a mesma coisa para Deus. Ele vê os mais remotos acontecimentos da História passada, e o longínquo futuro com tão clara visão como vemos nós as coisas que ocorrem diariamente. Não sabemos o que se acha adiante de nós, e se o soubéssemos, isso não contribuiria para nosso bem eterno. Deus nos dá uma oportunidade de exercer fé e confiança no grande EU SOU. … Diz nosso Salvador: “Abraão, vosso Pai, exultou [“suspirou”, diz a versão Trinitariana] por ver o Meu dia, e viu, e alegrou-se”. João 8:56. Mil e quinhentos anos antes de Cristo deixar Sua veste real, Sua régia coroa, e abandonar Sua posição de honra nas cortes celestes, revestir-Se da humanidade e andar como homem entre os filhos dos homens, Abraão viu o Seu dia, e alegrou-se. “Disseram-Lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em, verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu sou.” João 8:57, 58.

Cristo usou aí o grande nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a idéia da presença eterna. Êxodo 3:14. Isaías também viu Cristo, e suas palavras proféticas são cheias de significação. Diz ele: “Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6. Falando por intermédio dele, o Senhor diz: “Eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador. … Não temas, pois, porque estou contigo. … Eu, Eu sou o Senhor, e fora de Mim não há Salvador. … Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, Eu sou; … Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei.” Isaías 43:3-15. Ao vir Jesus ao nosso mundo, proclamou-Se “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” João 14:6.

O Senhor precisa ser crido e servido como o grande “EU SOU”, e nós precisamos confiar nEle implicitamente.

Ellen G. White, Para Conhecê-lo, pág. 07.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Transformados na sua imagem

"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito". 2 Coríntios 3:18.

transformadosPessoas oprimidas, que se debatem com o pecado: Jesus, em Sua humanidade glorificada, ascendeu aos Céus para fazer intercessão por nós. “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça.” Hebreus 4:15-16. Devemos olhar continuamente para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé, pois ao contemplá-Lo seremos transformados na Sua imagem, e nosso caráter será feito semelhante ao Seu. Devemos regozijar-nos de que todo juízo foi dado ao Filho, pois em Sua humanidade Ele Se tornou familiarizado com todas as dificuldades que afligem a humanidade.

Santificar-se é tornar-se participante da natureza divina, captando o espírito e mente de Jesus, e aprendendo sempre na escola de Cristo. “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2 Coríntios 3:18. É impossível para qualquer um de nós realizar tal transformação em nós mesmos por meio de nossa própria capacidade ou nossos próprios esforços. É o Espírito Santo, o Consolador, o qual Jesus prometeu enviar ao mundo, que transforma nosso caráter na imagem de Cristo; e quando isto é realizado, refletimos como num espelho, a glória do Senhor. Isto é, o caráter daquele que assim contempla a Cristo é tão semelhante ao dEle, que quando alguém olha para ele vê o próprio caráter de Cristo brilhando como de um espelho. De modo imperceptível a nós mesmos, somos transformados dia a dia, de nossos caminhos e vontade nos caminhos e vontade de Cristo, no encanto de Seu caráter. Assim crescemos em Cristo, e inconscientemente refletimos Sua imagem.

Cristãos professos freqüentemente se mantêm muito próximos das baixadas. Seus olhos estão treinados para ver apenas coisas comuns, e sua mente se demora sobre as coisas que os olhos contemplam. Sua experiência religiosa é muitas vezes superficial e insatisfatória, e suas palavras levianas e fúteis. Como poderão eles refletir a imagem de Cristo? Como poderão eles irradiar os brilhantes raios do Sol da Justiça para os lugares escuros da Terra? Ser cristão é ser semelhante a Cristo.

Enoque esteve sempre sob a influência de Jesus. Ele refletia o caráter de Cristo, exibindo as mesmas qualidades em bondade, misericórdia, compaixão, simpatia, longanimidade, mansidão, humildade e amor. Sua associação diária com Cristo o transformou na imagem dAquele com quem ele esteve tão intimamente ligado.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Coobreiros na criação

"Disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança. … Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Gênesis 1:26, 27.

jcDepois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente sobre ela. E agora, disse Deus a Seu Filho: “Façamos o homem à Nossa imagem.” Gênesis 1:26.

Adão e Eva saíram das mãos de Seu Criador na perfeição de toda dotação física, mental e espiritual. Deus plantou para eles um jardim e circundou-os de tudo quanto era belo e atrativo aos olhos, e o que era exigido por suas necessidades físicas.

O santo par olhava à natureza como um quadro de inexcedível beleza. A Terra marrom achava-se revestida de um tapete de vivo verdor, esmaltado por infinita variedade de flores aptas a se propagarem e se perpetuarem. Arbustos, flores e trepadeiras regalavam os sentidos com sua beleza e fragrância. As muitas variedades de árvores altaneiras achavam-se carregadas de frutos de toda espécie, e de delicioso sabor.

Adão e Eva podiam ver a sabedoria de Deus e Sua glória em toda haste de relva, e era todo arbusto e flor. A beleza natural que os rodeava, refletia qual espelho a sabedoria, excelência e amor de seu Pai celeste. E seus hinos de afeição e louvor erguiam-se doce e reverentemente ao Céu, harmonizando-se com os cânticos dos anjos excelsos, e com os felizes passarinhos a gorjearem despreocupados. Não havia doenças, decadência nem morte em parte alguma. Vida, vida em tudo em que pousava o olhar! De vida se achava impregnada a atmosfera. Havia vida em cada folha, em cada flor, em cada árvore.

Adão podia refletir que fora criado à imagem de Deus, para ser semelhante a Ele em justiça e santidade. Sua mente era susceptível a contínuo cultivo, expansão, refinamento e nobre elevação; pois Deus era o seu Mestre, e os anjos os seus companheiros.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Inspirando confiança em Deus

"Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". 1 João 5:4.

Que tipo de fé é a que vence o mundo? É a fé que faz de Cristo seu Salvador pessoal — a fé que, reconhecendo o seu desamparo, sua total incapacidade para salvar a si próprio, se apossa do Ajudador que é poderoso para salvar, como sua única esperança. É a fé que não fica desanimada, que ouve a voz de Cristo dizendo: “‘Tende bom ânimo; Eu venci o mundo’ (João 16:33), e Minha força divina lhe pertence.” É a fé que O ouve dizer: “Eis que estou convosco todos os dias.” Mateus 28:20.

A razão por que as igrejas são fracas, doentias e propensas a morrer, é que o inimigo tem trazido influências de natureza desanimadora a pesar sobre pessoas trêmulas. Ele tem procurado cerrar-lhes os olhos para Jesus, como o Consolador, como Aquele que reprova, que adverte, e que os exorta dizendo: “Este é o caminho, andai por ele.” Isaías 30:21. Cristo tem todo o poder no Céu e na Terra, e Ele pode fortalecer os vacilantes e encaminhar os errantes. Ele pode inspirar-lhes confiança e esperança em Deus; e confiança em Deus sempre resulta em confiança mútua.

Cada indivíduo deve compreender que Cristo é o seu Salvador pessoal; então o amor, o zelo e a firmeza serão manifestos na vida cristã. Por mais clara e convincente que seja a verdade, ela não conseguirá santificar a alma, não conseguirá fortalecê-la e encorajá-la em seus conflitos se não for mantida em contato constante com a vida. Satanás tem alcançado seu maior sucesso ao se interpor entre a pessoa e o Salvador.

Cristo jamais deve ser esquecido. Os anjos disseram a respeito dEle: “E Lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos pecados deles”. Mateus 1:21. Jesus, precioso Salvador! Certeza, solicitude, segurança e paz, se acham todas nEle. Ele dissipa todas as nossas dúvidas, o penhor de todas as nossas esperanças. Quão precioso é o pensamento de que verdadeiramente podemos tornar-nos participantes da natureza divina, e assim vencer como Cristo venceu! Jesus é a plenitude de nossas expectativas. Ele é a melodia de nossos cânticos, a sombra de uma grande rocha em terra ressecada. Ele é a água viva para a alma sedenta. É o nosso refúgio em meio à tempestade. É a nossa justiça, nossa santificação, nossa redenção. Quando Cristo Se torna nosso Salvador pessoal, exibimos os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.

Cristo morreu porque a lei foi transgredida, e para que o homem culpado pudesse ser salvo da penalidade de sua enorme culpa. Mas a história tem provado que é mais fácil destruir o mundo do que reformá-lo, pois os homens crucificaram o Senhor da Glória, que veio para unir a Terra com o Céu, e o homem com Deus

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Triste dia para o universo

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram". Romanos 5:12.

Sendo nossos primeiros pais colocados no belo jardim do Éden, foram provados quanto a sua lealdade para com Deus. Eram livres para escolher o serviço de Deus, ou, pela desobediência, aliarem-se ao inimigo de Deus e do homem. … Caso eles desconsiderassem os mandamentos de Deus, e dessem ouvidos à voz de Satanás ao falar ele por meio da serpente, não somente perderiam seu direito ao Éden, mas à própria vida.

A primeira grande lição moral dada a Adão foi a da renúncia. Foram-lhe postas nas mãos as rédeas do domínio de si mesmo. Discernimento, razão e consciência deviam exercer o controle.

Foi permitido a Adão e Eva partilharem de toda árvore do jardim, exceto de uma. Uma única proibição. A árvore proibida era tão atraente e bela como qualquer outra das árvores do jardim. Foi chamada a árvore da ciência, porque participando daquela árvore de que Deus dissera: “Dela não comerás” (Gênesis 2:17), teriam o conhecimento do pecado, a experiência do desobedecer.

Com que intenso interesse observava todo o universo o conflito que decidiria da posição de Adão e Eva! Quão atentos escutavam os anjos as palavras de Satanás, o originador do pecado, enquanto ele… buscava anular a lei de Deus por meio de seu enganoso raciocínio! Quão ansiosos esperavam eles a ver se o santo par seria iludido pelo tentador, e cederia a suas artes! Eles se perguntaram a si mesmos: Vai o santo par transferir sua fé e amor do Pai e do Filho para Satanás? Aceitarão eles suas mentiras como a verdade?

Adão e Eva persuadiram-se de que de coisa tão pequenina como comer do fruto proibido, não poderiam resultar tão terríveis conseqüências como Deus havia declarado. Esta pequena coisa, entretanto, era pecado, a transgressão da imutável e santa lei de Deus, e abriu as comportas da morte e indizível miséria veio sobre nosso mundo. … Não consideremos coisa trivial o pecado.